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26 setembro 2007

Tela Tosca & Rockways - Tom Zé

Me senti muiiiito moderno hoje. Fui ver “Fabricando Tom Zé”, o bom documentário de Décio Matos Junior. Não gosto da música dele, mas admiro sua pessoa e sua história. Tom Zé, com sua genialidade extravagante, se coloca acima na história da música brasileira justamente se apresentando como medíocre, enquanto outros bem menos talentosos se auto exaltam.

tomzeA melhor passagem do documentário de 1h30 é uma crise de raiva que ele tem durante a passagem de som no festival de Montreaux, na França, em 2005. O técnico de som não consegue regular o som como Tom Zé quer e isso vai deixando o músico cada vez mais irritado. Até chegar ao ponto de dizer que se o som não ficasse bom, ele não tocaria. Nada de estrelismo. Ele discute com o técnico, parte pra cima, empurra o rapaz que cai no chão. A turma do chega disso aparta. Tom Zé não é assim. Nos bastidores, ele explica que os franceses são humilhados pelas próprias pessoas que eles humilham e se dá como exemplo: os franceses são belos fisicamente, ricos, tem tecnologia, entre outras coisas. Os brasileiros (como ele e sua banda) são fodidos, feios, desgraçados e pobres. Mas, os franceses não são capazes de produzir música para manter o maior festival musical deles que é sustentado pelos músicos brasileiros. Bingo!

Outros momentos bacanas são a dedicação à esposa Neusa Martins, seus discos na Baratos Afins e ele tocando com os Mutantes. É claro que toda coisa moderna vem seguida de uma infinidade de chatices – que não tem nada a ver com Tom Zé. O do documentário é a descartável opinião de Arnaldo Antunes, o moderno-chato-mor ex-titã.

Tom Zé faz parte de um lamentável lado da cultura brasileira: a da que precisa de aval estrangeiro para ser aceito no Brasil. Assim aparece o David Byrne falando de como descobriu Tom Zé e o levou ao reconhecimento conceitual na Europa e EUA.
Aliás, também acho o Byrne um chato por ser um dos responsáveis pelo fim de uma das mais bacanas bandas da história do rock – o Talking Heads - por questões egocêntricas e partir para a tal world music. Mas, isso é assunto para outro post.

As últimas oportunidades de ver “Fabricando Tom Zé”, na Semana do Cinema Nacional no Cinesystem, em Maringá:
quarta-feira às 15h e 17h20
quinta-feira às 19h40

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