Os bastidores da reportagem

Esta é a página da edição de ontem da Gazeta do Povo onde foram publicados cinco textos e uma fotografia da reportagem sobre o caso dos pais de Maringá que tiraram os filhos da escola para educar em casa.
Foi uma das reportagens mais "trabalhosas" que já fiz, mas o resultado compensou bastante. Foram cinco dias trabalhando, mais de dez folhas de anotações e cerca de 20 pessoas consultadas.

A história começou com um telefonema do jornalista Ângelo Rigon informando a iniciativa do pai. Telefonei para a casa da família, o pai aceitou me receber e já me passou um resumo da situação. Mandei a pauta para Curitiba e comecei a repercutir com as instituições envolvidas. Alguns retornos foram simples e outros mais complicados, tendo a necessidade da famosa e chata insistência jornalística.

Com o acréscimo de novas informações do chamado "o outro lado", comecei a sacar outras abordagens. Resolvi pesquisar sobre o tal "homeschool" nos Estados Unidos e procurar famílias que adotam a prática. Uma das piores partes, mas essencial, é consultar a legislação. Encaixar os termos técnicos em liguagem simples. Com isso, foram horas e horas lendo Lei de Diretrizes e Bases (LDB), Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), Código Penal (CP) e a Constituição Brasileira. Interurbanos para DF, PR, SC, entre outros.

Achei pela internet um livro em inglês contando a história de uma família dos EUA que adotou o homeschool após uma decepção na escola com uma das seis filhas. Entrei em contato com eles e também com outras duas associações norte-americanas. Além de conseguir uma entrevista muito bacana com a professora Heloísa Schürmann, cuja família educou quatro filhos por correspondência, longe da escola, durante viagens de veleiro pelo mundo.

Depois de tudo apurado, uma madrugada quase inteira editando o material, finalmente enviei para a redação. Final de tarde e começo de noite de sexta-feira corrigindo informações, arrumando erros e torcendo para que tudo fique bem para a edição final, enquanto as fontes ainda telefonavam passando informações. Um sábado de expectativa e um dos melhores aproveitamentos de material produzido por mim nestes cinco anos de Gazeta do Povo.

Mesmo com a página inteira para a reportagem, há informações que não entraram na edição e vou citar aqui nos próximos posts.