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30 outubro 2007

Aha, uhu, coletiva é um terror!

As entrevistas coletivas de ontem de manhã foram bem diferentes: a primeira na igreja (fotos abaixo), com os pais da menina assassinada, foi mais tranqüila, um clima meio que de respeito. Até os membros da igreja prepararam o casal para perguntas mais fortes que não foram feitas. O ponto negativo que achei foi a insistência de alguns ao perguntar o que os pais falariam se encontrassem o acusado de assassinar a filha. Mesmo com o pai e a mãe respondendo que não queriam encontrar Natanael, a pergunta foi repetida mais de cinco vezes.

imprensa-natanael

Já na delegacia, o clima foi mais quente. Uma muvuca de microfones, câmeras, fios e gente se espremendo em frente ao acusado. "Ô filha, abaixa a cabeça aí!", dizia um cinegrafista com a câmera quase na cebeça da repórter. Este tipo de entrevista na delegacia revela um outro tipo de repórter: aquele que incorpora o policial e sai pressionando o entrevistado.
O que me chamou a atenção foi um repórter bem novinho (ao menos, não costumo vê-lo com freqüência nas ruas) que se empolgou e lascou perguntas opressivas a Natanael e também demonstrou não estar acompanhando o caso. Talvez empolgado por estar na mesma situação que repórteres do setor mais experientes como Salsicha e Roberto Silva, o rapaz só faltou bater com o microfone na cabeça do entrevistado.

A curiosidade ficou por conta de um repórter que deu um foco diferente ao caso. Deve ter sido o Agnaldo, da Rádio Cultura, não consegui ver direito porque estava espremido e mal conseguia me mexer. Mas, ele fez perguntas a Natanael apontando que havia confiado nele e feito um trabalho (acho que uma gravação no estúdio). Um bom exemplo de como o acusado estava acima de qualquer suspeita na sociedade.

Pensei também que pudesse haver manifestação popular contra Natanael... acho que até a polícia pensou nisso, já que um forte esquema de segurança escoltou o acusado. Mas, poucos curiosos estavam no local, puderam acompanhar a coletiva de perto e ninguém esboçou reação. Eu filmei as duas entrevistas, mas o DVD Ripper deu problema de novo. Preciso baixar outro programa e aí disponibilizo aqui como registro.

Fotos: Andye Iore

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